FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA: Sinais d´um fantasma na Literatura

Por João Gomes.

Nota: Este Artigo foi aceito e apresentado no XXIII Seminário de Estudos Linguísticos e Literários/SELL, de 7 a 9 de novembro de 2018 na Universidade Federal de Rondônia/UNIR,  campus de Vilhena. Sendo parte integrante do Simpósio Temático:  Literatura, história e resistência: protagonismo no Brasil.

RESUMO

As inovações e revoluções registradas na História relacionam-se com o desenvolvimento de uma literatura que em parte retratava os conflitos, demandas e incertezas da época; mas também visitava o futuro. A Arte Literária e algumas de suas funções foram analisadas.  O histórico da literatura de ficção brasileira aponta para a tradição de um gênero onde os precursores escreveram sobre história alternativa; aproveitaram as oportunidades econômicas e sociais advindas da redemocratização do país e do desenvolvimento tecnológico. Destaques para J. Monteiro; G.R. Dorea; André Carneiro;  Antônio V. Ramirez; Ryoki Inoue; Bráulio Tavares; Rubens Figueiredo; R.F. Luchetti;  Luis Bras.  Com o advento da Internet e as novas tecnologias de informação e comunicação os clubes e associações migram para este ciberespaço e promovem revistas, eventos e prêmios.   A Ficção Científica Brasileira é considerada irmandade marginal e invisível; entretanto, os escritores nesta era do império da tecnologia produzem de modo profícuo e seus trabalhos conseguem ser mais realistas do que a própria literatura sobre o mundo real. Apesar das dificuldades apontadas, os clubes de fanzines se tornaram verdadeiras confrarias onde floresceram significativos autores.  Os clubes geraram os fanzines (ou vice-versa), e num segundo momento criaram os prêmios e editoras. Abrindo, praticamente, a fórceps, uma fatia do mercado editorial. Autores e editores resistiram bravamente às forças da ignorância, do mercado midiatizado e parcial. Todavia, acreditamos que são necessárias propostas inovadoras dos detentores dos meios de comunicação de massa; da academia e da iniciativa privada, afim de promover a Ficção Científica Brasileira.

Introdução

“Se estivéssemos planejando uma visita ao futuro, como prepararíamos os nossos mapas? É fácil dizer que o futuro começa no presente, mas que presente? O nosso presente está explodindo de paradoxo”. Alvin Toffler in: A Terceira Onda, (1997, p.136).

A invenção da imprensa (1439), a Revolução Francesa (1789 – 1799) e a Revolução Industrial (1760- 1840) marcam a História e implicaram em períodos de grandes mudanças na sociedade. Tais eventos provocaram o desenvolvimento de uma literatura que em parte retratava os conflitos, demandas e incertezas da época; mas também visitava o futuro através das obras ficcionais, ao permitir a liberdade de expressão, da crítica, engenhosidade do espírito humano.

Precisamente durante a segunda onda escritores e jornalistas surgem em quantia significativa registrando em livros, revistas e jornais as crônicas e a narrativa da vida cotidiana.  Portanto a arte literária tem neste período também um desenvolvimento considerável e avanço rápido através dos instrumentos e condições propícias; tais como: liberdade de expressão, massificação da educação, redução de custos de produção e distribuição favoreceram a publicação, propagação, e criação literária.  Diana, (2017) declara que:

A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações artísticas do ser humano, ao lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre outras.  Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a arte das palavras. De tal maneira, o conceito de literatura também pode compreender o conjunto de estórias fictícias inventadas por escritores em determinadas épocas e lugares, sejam poemas, romances, contos, crônicas, novelas.

O estatuto de representação e estética da literatura que permite a comunicação do mundo real, bem como também a criatividade do mundo ideal.  A literatura é o locus onde escritores laboram (no amplo laboratório da sociedade) com os elementos; estes instantâneos da vida cotidiana são, no primeiro momento, o produto do qual os artistas e jornalistas (registradores/pensadores do presente/futuro) constroem os artigos, crônicas, ensaios e ficções do amanhã. Pois Aranha & Martins (2013, p. 48) afirmam que:

A linguagem é um dos principais instrumentos na formação do mundo cultural porque nos permite transcender nossa experiência. No momento em que damos nome a qualquer objeto da natureza, nós o individuamos do resto que o cerca; ele passa a existir para nossa consciência e assim entramos no mundo do simbólico. 

Arte Literária e suas funções

A Arte é uma maneira privilegiada de saber (conhecimento) que manifesta através de uma obra concreta, ou artefacto único e que comunica mais diretamente ao sentimento do que a razão. É como uma chave que abre portas para a percepção e compreensão de múltiplas possibilidades do mundo.  A arte tem o poder de alterar a maneira de ver a realidade ao criar e mostrar outros universos possíveis. Segundo Aranha & Martins, 2013, (p. 354): “a arte literária representa recriações da realidade produzidas de maneira artística, ou seja, que possui um valor estético, donde o autor utiliza das palavras em seu sentido conotativo (figurado) para oferecer maior expressividade, subjetividade e sentimentos ao texto”.  O escritor, ao lançar mão da imaginação torna-se um criador de universos; tal como afirma “Dubos, com seu tratado de 1719 sobre a literatura e pintura, ao anunciar as ideias de artista como um original” (apud.  Seligmann-Silva (2018)(grifo nosso)).

Deste modo, o escritor torna-se um agente da literatura, um agente da cultura; papel importante na tradução do contemporâneo ao traduzir e mediar textos e contextos. Ao alocar diferentes aspectos da sociedade, dos grupos sociais e suas ações e, que, causa emoções, sensações e análise crítica ao público leitor.   Pois de acordo com o  filósofo Louis-Gabriel-Ambroise: “A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem.” (apud Aranha & Martins, 2003, p. 354).

Funções da Literatura

O processo da dinâmica da imaginação criativa do artista (escritor), semelhantemente ocorre com o observador/leitor (o público) ao receber e acolher a obra artística confeccionada, permitindo assim que ela alcance pelo via do afeto o sentimento. Assim destaca Aranha & Martins (2013), 354:

Por isso, o conhecimento que a experiência estética de uma obra nos oferece não se resume ao conhecimento de um objeto, uma pessoa, uma paisagem, um artista, mas todo um mundo de valores, de propostas, de desejos, e ao conhecimento de nós mesmos: nossas reações a esse mundo descortinado também revelam quem somos.   

A amplitude do processo da experiência vivida pela mediação da leitura desdobra-se em diversos movimentos através do uso das faculdade mentais e da imaginação do público leitor. É uma descoberta da obra literária (seus personagens, ações e mundos), mas, também simultaneamente um des-velar de si mesmo.  Desse modo a literatura apresenta entre outras, as seguintes funções:

  1. Melhor entendimento de princípios científicos;
  2. Leitura e discussão aperfeiçoa a compreensão da ciência como processo racional; possibilita verificar também o processo de descoberta;
  3. Desenvolver a aprendizagem multidisciplinar e transdisciplinar.
  4. Desenvolver habilidade de escrita.
  5. Encorajar o pensamento criativo.

BREVE HISTÓRICO DA FICÇÃO CIENTÍFICA

Os historiadores da Literatura de ficção científica apregoam que Mary Shelley (1797-1851) publicou pela primeira vez o romance: Frankenstein em janeiro de 1818. A obra foi escrita quando Shelley tinha 18 anos, após um desafio do poeta Lord Byron a criar uma história de fantasma. O resultado teve um impacto monumental e se tornou a semente de onde surgiu um ícone da cultura.  O romance foi publicado inicialmente sem o nome da autora e recebeu críticas mistas, mas começou a se destacar ao ser adaptado por companhias de teatro alguns anos depois. Mas foi no cinema que tornou-se um fenômeno. O primeiro filme foi feito em 1910 – desde então, houve cerca de 150 versões (Lucy Todd, 2018).   Então é necessário destacar que:

 Os elementos apresentados e articulados em Frankenstein marcaram para sempre o que se define como ficção científica: uma história cuja narrativa principal se baseia em algum princípio científico real ou inventado, e o impacto da ciência sobre a sociedade e o indivíduo. O que impressiona quando se fala que esse estilo surgiu durante o século XIX, é a quantidade de pesquisa e imaginação necessárias para fazer com que essas histórias soassem reais e plausíveis (Zahar, 2018).

Outro precursor do gênero de ficção científica foi Jules Verne (1828–1905). Considerado também um dos principais romancistas franceses, escreveu dramas históricos, comédias ligeiras e publicou algumas de suas histórias de viagens em revistas, antes de ter seus romances lançados como livros. É considerado um dos autores mais publicados e traduzidos da história, e sua produção prolífica é marcada, principalmente, por histórias de aventura com protagonistas valentes e engenhosos.  Autor das obras: “Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Viagem ao Centro da Terra”, “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, entre outras. Previu com grande precisão em seus relatos fantásticos a aparição de alguns inventos criados com os avanços tecnológicos do século XX, entre eles, o helicóptero e as naves espaciais (Frazão, 2018).

No fim do século XIX, H. G. Wells (1866-1946) consolida de vez o gênero literário que até hoje influencia o cinema e os videogames com sucessos como O homem invisível e A guerra dos mundos. Com uma obra permeada de preocupações sociais e reflexões sobre a condição humana e a vida em sociedade, ele escreveu também A máquina do tempo, A ilha do dr. Moreau, e The Rights of Man: Or What Are We Fighting For?, obra que serviu como inspiração para a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, de 1948 (Zahar, 2018).
A ficção científica é um gênero literário desenvolvido no século XX e se refere às narrativas que incluem componentes científicos primordiais para o desenrolar da trama.  Esse gênero consiste, a priori, de uma confecção de fatos e princípios científicos em forma de narrativa, todavia é necessário plausibilidade e verossimilhança.  Sybilla (2011) define assim:

A Ficção científica (normalmente abreviado para SF, FC, sci-fi) é um gênero da ficção especulativa, que normalmente lida com conceitos ficcionais e imaginativos, relacionados ao futuro, ciência e tecnologia, e seus impactos e/ou consequências em uma determinada sociedade ou em seus indivíduos, desenvolvido no século XIX.

Conhecida também como a “literatura das ideias”, baseando-se em fatos científicos e reais para compor enredos ficcionais (Gilks et ali. Apud Sybylla, 2011). Destacamos a declaração de Chiodi, (2017) em Os oráculos da pós-modernidade: ficção científica, ciência e o futuro:

Na introdução do clássico A mão esquerda da escuridão, Ursula Le Guin (2014) diz que a ficção científica é muito mais um comentário sobre o presente que uma forma de tentar prever o futuro. Ainda assim, é muito comum que se avalie ficções científicas do passado a partir da sua suposta capacidade de antecipar acontecimentos. A ficção científica conecta ciência e público em torno de imaginários tecnocientíficos. Em certo sentido se torna uma forma de pensar a ciência e a tecnologia e especular para onde elas podem nos levar. Narrar o futuro se torna uma ferramenta para pensar o presente, como tão bem descreveu Le Guin.

A ação pode girar em torno de um grande leque de possibilidades como: viagem espacial, viagem no tempo, universos paralelos, mudanças climáticas, totalitarismo e/ou vida extraterrestre. [1][2].
A popularização massificada da Ficção Científica teve início a partir de 1926, quando Hugo Gernsback fundou a Amazing Stories Magazine, dedicada exclusivamente a histórias do gênero.

Entre os maiores expoentes do gênero, destacam-se autores como os russos Ayn Rand (A Nascente) e Isaac Asimov (Eu, Robô), os britânicos Arthur C. Clarke (Encontro com Rama) e J. G. Ballard (Crash), e os norte-americanos Ray Bradbury (Fahrenheit 451) e Philip K. Dick (Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?). O enfoque destes autores inclui predições, muitas vezes em tom de distopia, de sociedades futuras na Terra, além de análises das consequências da viagem interestelar e a exploração de formas de vida inteligentes fora da Terra e suas sociedades em outros planetas e galáxias.

BREVE HISTÓRICO DA FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA

A Literatura de ficção científica do Brasil é um segmento que nunca demonstrou a popularidade conquistada por outros segmentos, embora possua um público cativo e fiel de aficionados. Foi praticada por diversos autores influenciados por escritores internacionais do gênero, que tem grande popularidade nos Estados Unidos ou Europa. Por outro lado, alguns autores brasileiros consagrados se aventuraram em obras únicas que podem ser consideradas ficção científica, como o romance: O Doutor Benignus do português naturalizado brasileiro Augusto Emílio Zaluar e o conto: O Imortal de Machado de Assis  (Causo, 2003).

Os primeiros textos do gênero no país (conhecidos como proto-FC (1875 a 1950))  datam do século XIX. São eles: a apocalíptica:  O Fim do Mundo de Joaquim Manuel de Macedo (1857), a história futura:  Páginas da história do Brasil de Joaquim Felício dos Santos (1868); e O Doutor Benignus, de Augusto Emílio Zaluar, classificado como um “romance cientifico”. Outro exemplo é Machado de Assis cujo conto: “O Imortal” (1882) apresenta características do gênero (Lucchetti, 2014).  Em 1899, é lançado o romance:   Rainha do Ignoto de Emília Freitas, que trata de um mundo perdido (Causo, 2009).

Entre janeiro e outubro de 1907, a revista infantil O Tico-Tico publicou o romance: Viagens maravilhosas do Dr. Alpha ao mundo dos planetas, escrito e ilustrado por Oswaldo Silva (Mendes, 2013). Muitos autores brasileiros clássicos assinaram eventualmente obras que podem ser classificadas como de ficção científica ou algo próximo disso. Lima Barreto (1881-1922) também enveredou pelo gênero nos contos Congresso pamplanetário e A Nova Califórnia. Em 1923, é lançado o romance:  A Liga dos Planetas de Albino José Ferreira Coutinho (Lucchetti, 2015). Outros autores da primeira metade do século XX também incursionaram no gênero, como Gastão Cruls:  A Amazônia Misteriosa, (Luchetti, 2014). Afonso Schmidt: Zanzalá, Menotti del Picchia: A República 3000 ou A Filha do Inca; Adalzira Bittencourt: Sua Excia. a Presidente da República no Ano 2500.

Monteiro Lobato, (1882-1948), produziu todo um universo ficcional infanto-juvenil. Entretanto, ele produziu um romance adulto de Ficção científica pura, chamado: O Presidente Negro, que, porém, não goza de boa fama por seus aspectos racistas e machistas, (Causo 2003). Nos anos 30, Berilo Neves (1899-1974) publicou três livros de contos de ficção científica, (Fraia, 2005).
Considera-se que o primeiro autor especializado foi o paulista Jerônymo Monteiro (1909-1970), a partir do segundo quarto do século XX. Jornalista e escritor, ele fundou a Sociedade Brasileira de Ficção Científica em 1964 e, no início da década de 1970, tornou-se editor do Magazine de Ficção Científica, edição brasileira do The Magazine of Fantasy & Science Fiction estadunidense.
Obras publicadas: O irmão do Diabo (1937), romance; Três meses no século 81 (1947), romance; A cidade perdida (1948), romance; Fuga para parte alguma (1961), romance; Os Visitantes do Espaço (1963), romance; Tangentes da Realidade (1969), contos,  (Causo, 2003).

Geração GRD (Primeira Onda: 1955-1988)

Em 1955, a editora Edigraf lançou a revista Cinelar Fantastic, versão brasileira da revista Fantastic, publicando os autores Jerome Bixby, Fritz Leiber, Ivar Jorgensen, Dean Evans, e Roy Huggins, além autores brasileiros, através de um concurso, a revista circulou até 1961, (Causo, 2003). Em 1958 a Livraria Martins publica O Homem que Viu o Disco-Voador de Rubens T. Scavone, ( Lucchetti, 2015).

Um novo impulso à ficção científica escrita por brasileiros veio nos anos 60 e 70, com uma coleção de livros lançada pela Edições G.R.D. de Gumercindo Rocha Dorea, que passou a encomendar trabalhos dentro do gênero a autores já consagrados na literatura mainstream.

Foi na chamada “Geração GRD”, a partir do livro: Eles herdarão a Terra, de Dinah Silveira de Queiroz -, que apresentou um começo de organização de autores brasileiros neste campo. A época viu a publicação de obras de Fausto Cunha, André Carneiro, Guido Wilmar Sassi, Antonio Olinto, Zora Seljan, Clovis Garcia e vários outros, alguns somente em contos isolados, saídos em antologias, (Causo, 2003).  O principal nome revelado por GRD foi o escritor André Carneiro, considerado, ao lado de Bráulio Tavares, um dos melhores prosadores na história da ficção científica brasileira.

Entre 12 e 18 de Setembro de 1965 foi realizada a “1.ª Convenção Brasileira de Ficção Científica”, nesse evento foi lançado o primeiro fanzine brasileiro O Cobra (Órgão Interno da 1.ª Convenção Brasileira de Ficção Científica), lançado pela recém-fundada Associação Brasileira de Ficção Científica, (Causo, 2003).

Em 1968, surge a revista Galáxia 2000 da Edições O Cruzeiro, versão brasileira da revista americana The Magazine of Fantasy & Science Fiction, a revista brasileira dura apenas seis edições, publicou não só histórias da matriz americana, como as das versões francesa, italiana e argentina, publicando autores estrangeiros e brasileiros. Em 1970, a Livraria do Globo, de Porto Alegre publica uma nova versão chamada Magazine de Ficção Científica, editada pelo veterano Jerônymo Monteiro, com consultoria da Associação Brasileira de Ficção Científica, contudo, Monteiro viria a falecer no mesmo ano, Monteiro publicou histórias da revista americana e de autores brasileiros, como as dele próprio, Nilson D. Martello, Dirceu Borges, Walter Martins, Clóvis Garcia, Walmes N. Galvão, Rubens T. Scavone, entre outros, com a morte de Monteiro, a nona edição, publicada em dezembro do mesmo ano, passou a ser editada por sua filha, Therezinha, a revista teve vinte edições e foi encerrada em 1972, de acordo com Therezinha, ela apenas deu continuidade ao material selecionado pelo pai, no mesmo ano, a editora publicou três números da Antologia da Ficção Científica, trazendo material traduzido publicado anteriormente na revista,  (Causo, 2003).

As editoras de origem hispânica Monterrey e Cedibra introduziram a literatura pulp de bolso publicado diversos gêneros como faroeste, espionagem, policial, guerra e também ficção científica. Publicou Antonio V. Ramirez; Ryoki Inoue; Rubens Figueiredo; R.F. Luchetti. Antonio V. Ramirez chegou incluir elementos de ficção científica em pelo menos duas histórias publicadas na série ZZ7: Soldados do Futuro e O homem da Guerra, em 1988. Ryoki Inoue publicou uma série de FC na Monterrey, “Século XXI”, que possuía elementos de ficção científica hard, Inoue chegou a ser reconhecido pelo Guiness Book of Records como escritor mais prolífico do mundo, (Causo, 2003).    R.F. Lucchetti ficou conhecido como “Papa do pulp” ou “Decano dos pulps”, (Torres, 2014) devido suas histórias de “detetive e mistério” e roteiros de filmes e quadrinhos de terror, sobretudo os do personagem Zé do Caixão.

Nos anos 80, surgem fanzines ligados a clubes de astronomia, tais como Star News, da Sociedade Astronômica Star Trek, de São Paulo, e o Boletim Antares, do Clube de Ficção Científica Antares, surgido do Clube de Astronomia Antares, de Porto Alegre, (Causo, 2011).

R. C. Nascimento publica o livro Quem É Quem na Ficção Científica Volume I no qual ele propõe a fundação do Clube de Leitores de Ficção Científica (CLFC). Organizado em 1985, lança o fanzine Somnium, (Causo, 2011). No mesmo ano, o jornalista J. L. Calife, depois de conquistar fama como um dos inspiradores do romance “2010: Odyssey Two”, de Arthur C. Clarke, publica o primeiro livro de uma trilogia própria, “Padrões de Contato”, encerrada em 1991, (Causo, 2007).
Surge o Prêmio Nova no fanzine Anuário Brasileiro de Ficção Científica, (Causo, 2003).

Segunda Onda (1989- 2000)

É chamada de Segunda Onda a geração de autores brasileiros de ficção científica que sucede a Geração GRD, mas que não são exatamente discípulos da mesma. Articulada inicialmente em torno de diversos fanzines e posteriormente surge a revista Isaac Asimov Magazine pela Editora Record[20] (vinte e cinco edições publicadas entre 1990 e 1992), com a colaboração de membros do Clube dos Leitores de Ficção Científica,[20] a revista publicou histórias das revista americanas Asimov’s Science Fiction e Analog Science Fiction and Fact e de autores brasileiros como André Carneiro, Ivanir Calado, J. L. Calife, Gerson Lodi-Ribeiro e Carlos Orsi, além de artigos de Braulio Tavares.

A revista chegou a promover o Prêmio Jerônymo Monteiro para autores brasileiros. O cantor e compositor Fausto Fawcett lança o livro Santa Clara Poltergeist. Entre 1992 e 1994, o fanzine Megalon de Marcello Branco organiza o Prêmio Tapìrài. Em 1993, o Prêmio Nova passa a ser administrado pela Sociedade Brasileira de Arte Fantástica (SBAF), (Causo, 2003).

Em 1995, Marcelo Cassaro lança o romance Espada da Galáxia e ganha o Prêmio Nova na categoria Ficção Longa Nacional. Destacam-se também as publicações da Editora Ano-Luz (1997-2004), além de diversas outras iniciativas, mantém ocupados os editores de fanzines.

A produção brasileira de ficção científica passa a atrair interesse acadêmico, tendo gerado pesquisas do estudioso e autor brasileiro Roberto de Sousa Causo, de Ramiro Giroldo, do historiador Francisco A. Skorupa, e do francês Eric Henriett, que aponta a produção brasileira no subgênero da História Alternativa como a mais original dessa vertente. Também foi alvo de estudos da brasilianista norte-americana M. Elizabeth Ginway, autora de Ficção Científica Brasileira: Mitos Culturais e Nacionalidade no País do Futuro, (Causo, 2003).  Entre os nomes mais atuantes desta geração encontram-se Octavio Aragão (organizador e criador do Universo Intempol, iniciativa brasileira de gerar uma “franchising” multimídia, como as americanas “Jornada nas Estrelas” ou “Arquivo X”), Carlos Orsi, Fábio Fernandes, Max Mallmann e Gerson Lodi-Ribeiro.
Em 1997, surge a revista Sci-Fi News da Meia Sete Editora, (Cardoso, 2001); foi uma revista mensal brasileira especializada em ficção científica, fantasia e horror atuou por mais de 10 anos no mercado brasileiro, abordava filmes, seriados estrangeiros, assim como livros e acontecimentos no mercado nacional. Com uma coluna mensal sobre o mercado de literatura, e recorrente publicação de contos inéditos do escritor Renato Azevedo, o veículo se propunha o ato da leitura a um público mais acostumado ao estímulo visual da TV e da Internet.

A Sci-Fi News teve um revista derivada (spin-off), a Sci-Fi Contos, editada por Fábio Barreto, com assessoria editorial do Clube de Leitores de Ficção Científica. A revista publicou contos e noveletas inéditos e fanfics inspirados por séries e universos conhecidos, porém a iniciativa foi cancelada em sua terceira edição. Revistas como Starlog da Mythos Editora, (versão brasileira da revista americana), Dimensão X da Editora Escala, Quark da MB Editora de Marcelo Baldini, inicialmente um fanzine, que publicava reportagens e contos de autores brasileiras, e Cine Monstro surgiram ao longo dos últimos anos, mas também deixaram de ser publicadas (Causo, 2014). Em 2000, o CLFC cria o Prêmio Argos e 2001, a SFBA cria o Prêmio SBAF, (Causo , 2003).

Terceira Onda (2001 –  2017)  

A Terceira Onda é a atual geração de escritores de ficção científica brasileira. Assim como acontece com a segunda onda em relação a primeira, a terceira onda não é propriamente discípula da segunda. É a geração de começa com a transição dos fanzines para os meios eletrônicos como blogs na Internet e revistas eletrônicas (como a Scarium), mas que passa primeiro por um período nebuloso de publicações em pequenas editoras sem tradição no gênero. É neste período que surgem romances como o techno-thriller Quintessência (2004) de Flávio Medeiros Jr., as space operas Véu da Verdade (2005) de J. M. Beraldo e Hegemonia – O Herdeiro de Basten (2007) de Clinton D. Fialho e o thriller Síndrome de Cérbero (2007) de Tibor Moricz. Com o surgimento das redes sociais como o Orkut e, posteriormente, o Facebook, a divulgação desse tipo de obra começa ganhar maior espaço e divulgação.

Alguns poucos escritores da Segunda Onda se reinventaram, mantendo sintonia com os novatos da terceira, onde destacam-se Octavio Aragão, Gerson Lodi-Ribeiro, ambos publicados em 2006 pelo breve selo Unicórnio Azul, da Editora Mercuryo. É neste período que a Editora Devir, conhecida no Brasil pelo seu trabalho na publicação de RPGs e histórias em quadrinhos, publica seus primeiros romances e antologias de contos de Ficção Científica de autores nacionais, especialmente da Segunda Onda, como Roberto de Sousa Causo e J.L. Calife, assim como os livros Taikodom: Despertar, escrito por J. M. Beraldo e Taikodom: Crônicas, escrito por Gerson Lodi-Ribeiro e baseados no jogo Taikodom e o Anuário de Literatura Fantástica,  (Silva & Branco, 2013).
Em 2001, a SSPG inicia a publicação da série alemã Perry Rhodan (que havia sido deixada de ser publicada pela Ediouro em 1991), além das novelas originais, publica artigos e contos de autores brasileiros, (Causo, 2014).

Com o surgimento de gráficas de impressão a baixo custo e a popularização dos leitores de livros digitais como Kindle e Kobo, a Terceira Onda ganha mais força com o surgimento de diversas editoras de pequeno porte.

Em 2007 é publicado no blog Caverna de Platão o conto: Estrada do Engenho Velho e Assim Falava Isabel Habsburg de J.G. Moreira. Richard Diegues e Gianpaolo Celli fundam a Tarja Editorial, com o intuito de publicar ficção fantástica e ficção científica de autores nacionais e internacionais.  Ao longo de seus 7 anos de atividade a editora publica dezenas de livros, inclusive coletâneas como Ficção Científica Brasileira, Cyberpunk – Histórias de um Futuro Extraordinário, Retrofuturismo e a série Paradigmas (volumes 1, 2, 3 e 4), revelando novos talentos literários tais como Cristina Lasaitis, Hugo Vera, Camila Fernandes, Romeu Martins e Marcelo Jacinto Ribeiro. Publica também os romances Fome de Tibor Moricz, e Casa de Vampiros de Flávio Medeiros Jr.

Entre 2008 e 2010, Nelson de Oliveira edita a revista semestral Portal, cada edição foi dedicada a uma obra famosa de ficção científica: Solaris, Neuromancer, Stalker, Fundação, 2001 e Fahrenheit 451, como complemento, trazia 150 páginas de histórias de autores brasileiros, (Causo 2009). Em 2009, a editora fluminense Multifoco lança a antologia Solarium: Contos de ficção científica com histórias de Danny Marks, Marcus Vinicius da Silva, Delfin, Hugo Vera, entre outros, no mesmo ano, é fundada a Editora Draco, por Erick Santos, cujo foco é exclusivamente na publicação de ficção nacional. A editora lança chamadas a antologias temáticas (space opera, dieselpunk, steampunk, super-herói, kaiju, entre outras), publicando através destas tanto autores da Segunda Onda como novos autores na Terceira Onda. Em menos de cinco anos a editora já conta com dezenas de livros publicados, todos de autores nacionais como Gerson Lodi-Ribeiro, Carlos Orsi, J. M. Beraldo, Hugo Vera e Eric Novello. Em 2011, a editora Argonautas lança a antologia Sagas. Em 2012, Nelson de Oliveira publica a antologia Todos os Portais: Realidades Expandidas pela Terracota Editora, (Causo, 2009).

Em 2013 é publicada a primeira edição da revista Trasgo, uma publicação eletrônica trimestral de contos de ficção científica e fantasia, criada e organizada pelo escritor Rodrigo van Kampen. A Trasgo vem lançando edições trimestrais desde então e se consolidou como um importante semiprozine brasileiro, mantendo sua produção periódica e remunerando todos envolvidos na revista através de um sistema de financiamento coletivo recorrente. A revista já publicou em suas edições contos de importantes nomes da ficção científica nacional, assim como material de novos escritores. Em 2017 a Trasgo lançou seu primeiro volume físico, Trasgo: Ano Um, contendo os contos do primeiro ano da revista     — edições 1 a 4 —, (Causo, 2017).

A “irmandade marginal” e INVISÍVEL DA literatura brasileira

A Ficção Científica Brasileira é denominada de irmandade marginal (a contragosto) por um de seus expoentes: o escritor Luís Bras. Entretanto os escritores de ficção científica nesta era do império da tecnologia produzem de modo profícuo, mas permanece a margem do mercado. Entretanto: “mitos contos e romances de Ficção Científica contemporâneos conseguem ser mais realistas do que a própria literatura realista”. (Brás, 2018). Em seu artigo homônimo, Bras destaca o pioneirismo de J. Monteiro e a homenagem alcançada de pai da ficção científica brasileira tendo o dia 11 de dezembro (data de seu nascimento) como o Dia da Ficção Científica Brasileira.

Nossa ficção científica, no entanto, continua praticamente invisível, apesar do gigantesco número de contistas e romancistas talentosos que se dedicaram e se dedicam ao gênero. Qual a razão desse preconceito? Não faço ideia. Um mistério ainda pouco compreendido é por que o leitor brasileiro não prestigia a inquietante FC brasileira. (…) No Brasil, a verdadeira literatura marginal é a ficção científica. Visite uma livraria, compre ingressos para a Flip, observe as listas do Jabuti e do Prêmio Oceanos e me diga se não é a ficção científica brasileira que está à margem da margem do nosso mercado editorial (Bras, 2018).

No balanço da análise de Branco (2003) no período compreendido pelos anos noventa (isto é, entre 1993-2004) existe uma retração de escritos e escritores; bem como também o surgimento de autores intermitentes que muito pouco produziu (ou publicou) na década considerada. Segundo Branco esta área da literatura brasileira tem como destaque a produção de contos; a publicação em revistas e fanzines.

Elizabeth Ginway (2005) pesquisadora de literatura é mais otimista e declara que o Brasil tem escritores maravilhosos do gênero, mas não tem um público tão grande quanto merece por duas razões: pelo preconceito contra o gênero em si e, talvez, contra um gênero importado de países tecnologicamente avançados.

“Entretanto, celebro a abrasileiração do gênero. Entretanto, penso que os escritores de ficção científica brasileira continuarão a escrever e a imaginar o futuro de uma forma criativa e inusitada, contribuindo significativamente com este gênero global”.

A persistência do pouco consumo da literatura de ficção científica provocou a realização de um simpósio promovido em setembro de 2006 pelo Centro Itaú Cultural, em São Paulo, o simpósio “Invisibilidade – Encontro de Ficção Científica” que constituiu-se num evento como há muito não se via na comunidade brasileira dedicada ao gênero. O pesquisador  L.D. Allen em sua obra “A Ficção Científica no Brasil” (1975) inseriu o artigo de  Fausto Cunha, intitulado: “A Ficção Científica no Brasil – Um Planeta Quase Desabitado” onde demonstra  como de importância marginal na literatura brasileira e intermitente quanto ao volume de sua publicação.

Para aqueles que a cultuam e praticam o discurso de preconceito e marginalização é recorrente, procurando situar o problema fora de seus muros. Desta perspectiva, o gênero seria discriminado porque 1) as pessoas não gostam de ciência e a tomam como uma leitura difícil; 2) as pessoas acham que é uma literatura escapista ou alienada, que reproduz valores estranhos à sociedade brasileira, sendo não mais do que um subproduto da indústria cultural capitalista e 3) seria difícil levar a sério uma ficção científica escrita por brasileiros, já que o país tem problemas de educação e falta de investimento em ciência e tecnologia muito graves.

Apesar das dificuldades apontadas os clubes de fanzine se tornaram como uma verdadeira confraria onde permitiu o florescimento de significativos autores.  Praticamente os clubes geraram os fanzines (ou vice-versa), e num segundo momento criaram os prêmios e editoras. Abrindo, praticamente, a fórceps uma fatia do espaço no mercado editorial. Naturalmente que a redemocratização do Brasil (1985) e posteriormente o Plano Real (1994);  a universalização da internet (quase simultaneamente ao Plano real) contribuíram em grande medida para o desenvolvimento, ainda que incipiente, do gênero. Segundo Branco, (2008):

Pode-se afirmar que é nesta geração que está o melhor grupo de autores brasileiros já surgidos para a ficção científica, devido ao seu contato íntimo com as tradições e convenções do gênero, de sua inserção cotidiana em um mundo high-tech e globalizado e pela procura de uma voz mais brasileira para o gênero. Mesmo assim o fato é que eles continuam, em larga medida, imersos em um injusto ostracismo, (Branco, 2008).

Autores e editores resistiram bravamente as forças da ignorância, do mercado midiatizado e parcial porque como aponta o pesquisador Branco (2008) “uma destas razões seria a falta de editores, jornalistas e acadêmicos no meio editorial. Quer dizer, lideranças intelectuais engajadas em torno de um projeto idealista, ligado à ficção científica”.  A resistência é histórica e heroica, pois, segundo estudo de Ginway (2017): “foram publicados 47 livros inéditos de fantasia, ficção científica e terror no Brasil em 2004. Já em 2010, a produção   atingiu a marca de 481 títulos publicados”.

Os pesquisadores Ginway (2005); Causo (2003); Branco (2006) destacam as características (entre outras) da ficção científica nacional:   história alternativa; distopias; viagens no tempo. As narrativas também têm em comum um forte senso de identidade nacional, um apreço pela cultura popular (mitologia e folclore nacional).

CONSIDERAÇÕES FINAIS    

As inovações e revoluções registradas na introdução deste ensaio  tem uma relação direta com o desenvolvimento de uma literatura que em parte retratava os conflitos, demandas e incertezas da época; mas também visitava o futuro. A Arte literária e algumas de suas funções foram analisadas.  O papel do escritor foi contemplado. Seu trabalho de construção, tradução e mediação de real e imaginário.   O histórico da literatura de ficção brasileira aponta para a tradição de um gênero onde os precursores escreveram sobre história alternativa; aproveitaram as oportunidades econômicas e sociais advindas da redemocratização do país e do desenvolvimento tecnológica; destaques para J. Monteiro; G.R. Dorea; André Carneiro; Antonio V. Ramirez; Ryoki Inoue; Bráulio Tavares; Rubens Figueiredo; R.F. Luchetti; Luis Bras.  Com o advento da internet e as novas tecnologias de informação e comunicação os clubes e associações migram para este ciberespaço e promovem revistas, eventos e prêmios.

A Ficção Científica Brasileira é considerada irmandade marginal e invisível; entretanto os escritores de ficção científica nesta era do império da tecnologia produzem de modo profícuo e seus trabalhos de Ficção Científica contemporâneos conseguem ser mais realistas do que a própria literatura do mundo real. Apesar das dificuldades apontadas os clubes de fanzine se tornaram verdadeira confraria onde permitiu o florescimento de significativos autores.  Praticamente os clubes geraram os fanzines (ou vice-versa), e num segundo momento criaram os prêmios e editoras. Abrindo, praticamente, a fórceps, uma fatia do mercado editorial. Autores e editores resistiram bravamente as forças da ignorância, do mercado midiatizado e parcial. Todavia, acreditamos que é necessário propostas inovadoras dos detentores dos meios de comunicação de massa; da academia e da iniciativa privada afim de promover a ficção científica brasileira.

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