Escritor do CLFC promove campanha para publicar livro de terror sobre mitologia nacional

Uma aventura que começa com fantasmas na Europa, passa por lutas com piratas em Pernambuco, por corpo seco no Rio de Janeiro, sacis em São Paulo e termina com curupiras e Cucas em Minas Gerais. Esta é a história de Baluartes – O Mundo Sutil, um livro que será lançado em julho deste ano, se o autor conseguir apoio ao projeto.

Jornalista e mestre em comunicação pela UFJF, Clinton Davisson Fialho, já publicou quatro livros e agora pretende lançar o quinto através de financiamento coletivo. Baluartes mistura terror e aventura infanto-juvenil sobre o folclore brasileiro, fruto de 12 anos de pesquisa para lendas de vários locais do Brasil, de Manaus, até Rio Grande do Sul, passando pela Zona da Mata Mineira e por São Paulo. “Entrevistei muitos índios na pesquisa e é sempre bom lembrar de respeitar as tradições deles. Para muitos, o curupira não é folclore. É como chegar para um evangélico e dizer que Deus é folclore. Chegamos à conclusão de que o termo mitologia brasileira é mais respeitoso porque remete à cultura. Além disso, trata-se de coisas que vão além de folclore. Por exemplo, muitos fantasmas de noivas nas estradas e outros monstros eram invenções de jornalistas. Alguns até se vestiam de noiva ente as décadas de 50, a 70 para assustar as pessoas e no dia seguinte vendia mais jornais. Descobri que esta prática era comum, não só no Brasil como no mundo todo. Até as famosas cartas de Jack – O Estripador do século retrasado, eram invenções de jornalistas para aumentar as vendas. Além disso, pesquisamos sobre personagens, um deles é descendente dos índios Goitacazes que habitavam a região de Campos. Uma protagonista do meu livro é uma das sobreviventes da tribo que foi dizimada pelos portugueses com o uso de roupas contaminadas com varíola no século XVII”, conta Clinton.

A história se Baluartes – O mundo Sutil é primeiro de uma série de livros que buscam resgatar as histórias de terror da cultura nacional, com muita ação, mistério e aventura. Trata-se de uma aventura de terror juvenil histórico que se passa no Brasil colônia. Além de três protagonistas que investigam as lendas do Brasil Colônia, como o Curupira, a Mula Sem Cabeça, o Saci, o Caipora e a Cuca, várias participações de personagens históricos como Tiradentes, Aleijadinho, Tomás António Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa fazem “participações especiais” onde ajudam nossos heróis. Aventura história e fantasia se misturam nesta saga que resgata a cultura nacional.

A ideia surgiu em 2009 quando Clinton fez uma pós-graduação em cultura africana na FeMass de Macaé-RJ. “Desde criança sou fascinado por histórias de terror, mas não tinha noção que a mitologia brasileira tinha tanto potencial para criar histórias assustadoras. Assim, só juntei o útil ao agradável e fui escrever”, lembra.

Participações especiais de personagens históricos


E como as aventuras se passam a partir de 1780 entre a Europa e o Brasil Colônia, o escritor imaginou que os protagonistas seriam um português, um príncipe africano e uma índia goitacás. Esse grupo de jovens, formado por três das principais etnias que formam o Brasil, protagonizam não apenas histórias de terror, ação, com direito a doses de humor, mas também contam com participações especiais de personagens históricos.

Por exemplo, quando se encontram pela primeira vez na Europa, prontos para zarpar para o Brasil, os Baluartes enfrentam um mistério em um Castelo mal-assombrado em uma região entre Turim e Gênova com ajuda de personagens históricos que estavam vivos e perambulando nas proximidades. Assim, como Mozart que tinha 24 anos, ou um pirralho de 14 anos que estudava nas proximidades, chamado Napoleão Bonaparte.

E quando chegam ao Brasil, na região de Vila Rica, não é que eles tiveram a ajuda de um certo Joaquim José da Silva Xavier, que vivia naquela região e costumava cuidar das pessoas com dor de dente, as pessoas o chamavam de Tiradentes…

Quem sabe ao chegar a Vila Rica, futura Ouro Preto, não teriam encontrado um certo escultor, que trabalhava muito, apesar de ser Aleijadinho?

O livro tem previsão para ser lançado em julho deste ano e já tem contrato com a produtora Escaravelho do Rio de Janeiro para adaptar o livro em uma série para o streaming.

Quem quiser participar do projeto, os apoiadores ganham recompensas que vão de chaveiros, camisas e até bonecos, da Cuca, do Saci e do Curupira, o projeto pode ser acessado através do site Catarse pelo link: https://tinyurl.com/baluartes

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